Em abril
de 2011 participei de um curso sobre mediação de conflito, no qual a mediadora
Ana Lúcia Catão iniciou com o seguinte texto de Fernando Pessoa:
“Encontrei hoje em ruas, separadamente, dois
amigos meus que se haviam zangado. Cada um me contou a narrativa de por que se
haviam zangado. Cada um me disse a verdade. Cada um me contou as suas razões.
Ambos tinham razão. Ambos tinham toda a razão. Não era que um via uma coisa e
outro outra, ou um via um lado das coisas e outro um lado diferente. Não: cada
um via as coisas exatamente como se haviam passado, cada um as via com um
critério idêntico ao do outro. Mas cada um via uma coisa diferente, e cada um, portanto,
tinha razão. Fiquei confuso desta dupla existência da verdade.”
Em
época de eleição presidencial, essas palavras me vêm à cabeça ao observar os
motivos que levam as pessoas a votar em um determinado candidato. Tenho
absoluta convicção de que temos pessoas de bem e que acreditam num país melhor,
seja aqueles que escolheram um ou outro. Também estou convicta sobre uma
parcela da nossa sociedade fazer escolhas por seus desejos pessoais bastante
egocêntricos e irresponsáveis.
O que
não se pode perder nesse meio todo, é a responsabilidade, que não devemos
caminhar com um olhar imediatista, mas com muito comprometimento como
co-autores das mãos que estamos escolhendo para escrever o rumo da nossa
história. Sabendo que esses rumos devem ser permeados com inteligência,
cobrando o que foi prometido, exigindo que as palavras voltem a ter valor.
O que
devemos ter sempre em mente são os passos que já estão registrados na nossa
história e que não queremos mais como a violência, a miséria, a ignorância, a
falta de cidadania... E como vamos exterminar tais problemas que ainda insistem
em fazer parte da vida de tanta gente? Qualquer um que ganhar essas eleições
tem a obrigação de fazer valer, entre tantas propostas que colocaram, a
garantia de se cumprir tantas Leis já
existentes. Doa a quem doer.
E nós
somos responsáveis também para que sejam cumpridas. Sabendo, ainda, que a PAZ deve
permear todas as decisões.
Nós sabemos que a responsabilidade é muito grande ao escolhermos um dos candidatos para conduzir a nação. Precisamos refletir bem nesse momento e pensar que somos milhões de pessoas a vivenciar posteriormente dessa escolha. Não sabemos o que vai resultar disso, mas exercemos o nosso direito pelo que estamos lendo, vendo e percebendo. Esperamos que o Brasil consiga crescer e que o povo tenha uma vida mais digna.
ResponderExcluirGrata, Solange, pelo momento de reflexão que você nos proporciona.
Grande abraço!
Sonia Salim